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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

História da Construtora Mota Machado

 
Há mais de 40 anos, Mota Machado é a construtora que você confia. É a segurança de ter um lugar para chamar de seu. É sinônimo de imóveis exclusivos com garantia de entrega, localização privilegiada e alta valorização. Com mais de 3 milhões de metros quadrados entregues e atuações em mais de 200 projetos espalhados nos estados de São Paulo, Ceará, Piuaí e Maranhão.
A CRIA E SEUS CRIADORES
A engenharia era uma possibilidade promissora quando chegou a hora do jovem Assis Machado se decidir pela carreira, no início da década de 60, o que mais se ouvia falar era que o Brasil precisava de engenheiros. E Assis, engenheiro por vocação, não teve dúvida: agarrou-se a este futuro que lhe sorria. Depois de estagiar na extinta Engenharia Civil e Portuária (uma das empresas que mais tarde faria a ampliação do Porto do Mucuripe), foi trabalhar no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Denocs) desenvolvendo projetos de barragens em um programa de cooperação rural com fazendeiros. Mas com o diploma na mão, lhe veio a pergunta: ficar no setor público ou abrir a própria empresa?
Na época, o mercado privado ainda era tépido para os recém-formados, a grande maioria dos engenheiros era absorvida pelo setor público. Para Assis, havia a opção de trabalhar com o pai, Jaime Machado, industrial da área têxtil, seu maior incentivador na carreira de engenheiro. E tinha o sogro, Adalberto Nogueira Mota, que era dono da Serraria Mota e possuía o desejo de abrir uma Construtora. Os dois resolveram lhe apoiar na abertura de um novo empreendimento. Dessa união, nasceu a Construtora Mota Machado, batizada com o sobrenome das duas famílias – que em 2013 completa 45 anos de atuação nos estados do Ceará, Maranhão, São Paulo, e este ano, Piauí. Emprega mais de 2 mil funcionários, entre diretos e terceirizados. São mais de 3 milhões de metros quadrados construídos em mais de duzentas obras, a maior parte, residenciais. Presente nas fachadas, a logomarca da Mota Machado - uma formação geométrica vermelha vibrante das iniciais MM – símbolo de confiança e qualidade no mercado imobiliário há mais de quatro décadas. Hoje, na base da brincadeira, Assis revela que “a cada dois engenheiros que se forma, nasce uma firma”.
O primeiro escritório da Mota Machado funcionava na Rua Edgar Borges, no centro da cidade, no sótão de um depósito que pertencia ao sogro, vizinho a uma loteria. Mas ao invés de arriscar a sorte todos os dias, Assis trabalhava firme com uma pasta na mão, indo às obras, enquanto a esposa, Maryanne – casaram no ano de 1967 -, cuidava da folha de pagamento. No início, não havia um foco, construíam obras diversas, casas, escolas, universidades, agências bancárias, pavimentavam ruas, mas ao longo do tempo, Assis percebeu que para consolidar a construtora seria preciso ter foco. “Foco é fundamental numa empresa”, afirma. O pai e o sogro estavam sempre ao lado - “Esse começo de vida empresarial é sempre um pouco mais difícil e eu tive nos dois, assim, um apoio muito interessante, um suporte muito bom para me aconselhar e recorrer”. Cinco anos mais tarde, chegava à empresa, Jairo, irmão de Assis, recém-formado em Engenharia.
Talvez por ser a primeira empresa, a Mota Machado sempre foi a grande paixão, o “xodó” do executivo Assis Machado, seu “conforto espiritual” - “É uma energia que eu adquiro aqui”. Atualmente, junto ao irmão, ele cumpre o mesmo papel que o pai e Adalberto Mota cumpriram por muito tempo na Construtora: o de Conselheiros. Assis é o diretor-presidente, Jairo, diretor vice-presidente. Eles trocam ideias, estabelecem metas, transmitem suas experiências para aqueles que estão no comando operacional – o sócio e diretor, Adalberto Mota Machado, e os diretores Felipe e Emanuel Capistrano. Adalberto, filho de Assis, ainda dirige a CMM Engenharia. O Engenheiro Emanuel é considerado “patrimônio da empresa", uma pessoa em quem Assis tem a maior confiança – “Ilimitada, se eu tivesse que um dia sumir do mapa e pegar tudo o que eu tenho e fundir em ouro e deixar na mão de alguém, eu deixaria na mão do Emanuel, uma pessoa de absoluta confiança”.
FRANCISCO DE ASSIS MACHADOR NETO
Francisco Assis Machado Neto é seu nome de batismo. Na infância, era chamado de Assis Neto por familiares. Já adulto, adotou Assis Machado Neto na vida profissional. Após o falecimento do avô, o agnome foi suprimido, fazendo perpetuar o nome de Assis Machado.
Assis, como é chamado na intimidade vem de uma família de cinco irmãos, sendo uma irmã e um irmão já falecido. Nasceu em Fortaleza, com raízes na cidade de Crateús, no sertão cearense, a 354 km da capital. Lá, ficava a Fazenda Irapuara, de propriedade do avô, onde Assis Neto se divertia com a meninada nas brincadeiras de antigamente. Naquela época, era uma tranquilidade, em dias de chuva, então, uma maravilha. “Sertão só é bom na chuva”, confidencia. Já homem feito, operando na vida pública, teve a oportunidade de retornar à Crateús algumas vezes. A cada passagem, recordava um momento feliz da infância.
Engenheiro, que aos 67 anos é Presidente da Construtora Mota Machado e da Fiotex Industrial. É membro do Conselho Gestor da NET (rede de TV a cabo) e da TV Jangadeiro. Na vida pública, esteve nas funções de Secretário de Transporte, Energia, Comunicação e Obras e de Governo do Estado do Ceará. Com o tempo, o empresário sobressaiu ao homem público. “Não conciliei por que ninguém consegue sentar em dois birôs, você só tem um birô na vida. São culturas diferentes, o governo é o outro lado do balcão”, afere Assis Machado.
O EXECUTIVO
Assis Machado crê que existem três fases na vida de um executivo: a fase em que se faz tudo – “eu comprava, eu vendia, eu me endividava, eu ia pras filas da Caixa Econômica para ‘tirar’ o financiamento” –, a fase em que se manda fazer – “eu comecei a contratar pessoas, e essas pessoas executavam o trabalho” - e a terceira fase – “que é a que vivemos agora, a fase do olhar fazer tudo”. Essa visão inclui acompanhamento, avaliação e prestação de contas. Como membro do Conselho Gestor da NET e da TV Jangadeiro, participa de reuniões esporádicas, traçando diretrizes econômicas e estratégicas com profissionais que fazem parte do dia a dia das empresas. O universo da Comunicação sempre o fascinou, desde quando estava na Secretária de Governo – “Eu patrulhava, não gostava de propaganda enganosa, na hora de transmitir a realidade você não tem o direito de enganar as pessoas”. Assis gosta de se comunicar de forma correta e faz questão de lidar com a publicidade verdadeira. Por isso, defende um novo estilo de campanha: “Que a propaganda eleitoral seja feita ao vivo dentro dos estúdios, sem assessor, sem marqueteiro, porque as pessoas precisam conhecer a realidade, senão acabam sendo enganadas”.
DIRETRIZES
“Transparência, ética, credibilidade”, as diretrizes da Mota Machado – “Se você pode fazer certo não há justifica pra você fazer errado, nada compensa você dar um drible no cliente, nada compensa você usar material que não seja o melhor, não compensa, vai voltar de alguma forma”. A credibilidade para Assis é um bem precioso que ele está sempre lapidando – “E a gente aposta muito nisso, o ouro, o dinheiro, você tem hoje, mas perde amanhã ainda é possível fazer, a credibilidade é mais difícil”, avalia. Aprendeu com o pai - “Meu pai era muito correto em tudo o que fazia, então, eu sempre procurei imprimir na Mota Machado uma conduta de fazer as coisas certas, corretas, com transparência, com ética com nossos clientes, com um diálogo muito aberto”. Esse é um dos diferenciais da empresa: “Eu diria que o diferencial da Mota Machado não é só a qualidade da obra, é a forma de fazer, a cultura que você passa para os colaboradores e essa cultura chega aos nossos clientes, tudo muito certo, correto, transparente”. Essa transparência, aliada ao que Assis considera uma velocidade saudável no mercado atual da construção civil - já que não gosta de “euforias” como ter de adquirir terrenos com anos de antecedência para assegurar um bom negócio (prática que ele afirma já não ser mais utilizada) -, reflete no melhor andamento da empresa. “O mercado está muito bom, para quem é do ramo, para quem tem estrutura”, afirma.
Para garantir o sucesso de um empreendimento, Assis Machado fala que basta seguir a regra dos 3 P’s, uma analogia que ele aprendeu na profissão de engenheiro e que hoje passa adiante: “É o seguinte: é a compatibilidade dos 3 P’s - ponto, projeto, preço”. De acordo com a regra, a realidade econômico-social do bairro define o melhor ponto e projeto que devem se adequar ao preço – “os 3 P’s estando compatíveis um com o outro é difícil errar”. O prédio em que está localizada a sede da Construtora, na Avenida Dom Luis, quase no cruzamento com a Avenida Senador Virgílio Távora, no coração da Aldeota, foi um acerto de 25 anos atrás, quando o bairro “pedia” um imóvel comercial de grande porte.
Hoje, porém, a Mota Machado tem seu foco na área residencial, direcionado, sobretudo às classes A e B, uma decisão estratégica pautada na capacidade de abrangência. “Você tem que medir a sua estrutura, a sua capacidade de fazer, dentro de alguns parâmetros, não pode sair fazendo...”, pondera o empresário. No início, construíram um empreendimento popular no bairro do Mondubim, mas Assis não concordava com o tratamento que o banco dava aos compradores – “O comprador tinha que ir à Caixa no horário de trabalho, preencher cadastro, uma série de burocracias que não eram compatíveis com o operário que iria comprar as casas”. Sobre a experiência de participar de programas habitacionais do Governo Federal, ele comenta: “Já participei, mas não creio que vá voltar, a não ser que mudasse”.
Segundo Assis, este ano o crescimento no setor de construções não foi bom como o do ano passado e muito menos como o do biênio 2008/2009, considerado por ele como formidável. E que a Mota Machado aproveitou muito bem, pois estava preparada em termos de estrutura e potencialidade. “A construção por mais forte que ela esteja não está fora do cenário da economia como um todo; a economia no país deu uma arrefecida, houve excesso de ofertas, o grande erro das empresas é achar que o mercado é ilimitado, não é! O mercado tem limites, tem a capacidade de pagamento limitada, você não pode ultrapassar esses limites”, acredita.
O crescimento do mercado da construção no Nordeste ao longo dos últimos anos atraiu empresas do sul, que demonstraram interesse em se associar a Mota Machado. Entretanto, Assis preferiu não mexer no eixo da empresa. Hoje, percebe que a decisão foi acertada, já que essas mesmas empresas retornaram à seus mercados de origem. É verdade que a parceria daria maior rapidez às transações, mas ele fala que nem sempre isso é bom – “por que você não tem essa estrutura adequada, com essa velocidade muita rápida, da noite para o dia”.
Esperaram dez anos para chegar a outro mercado, São Luiz, no Maranhão. Em seguida, apoiados pela atividade têxtil que desenvolviam no estado de São Paulo, fizeram um empreendimento na capital paulista, mas logo resolveram mudar de direção e ir pra Campinas, cidade com o perfil mais parecido com Fortaleza. E onde estavam bem – até vir à tona o caso Encol (fenômeno financeiro que na década de 90 quebrou várias empresas no país, deixando o mercado imobiliário em alerta). Assis preferiu não arriscar a estabilidade das empresas no Nordeste e fechou as portas no interior paulistano. Recentemente, abriu uma nova porta, em Teresina, com um lançamento residencial que foi muito bem recebido pelo mercado piauiense, similar ao do Ceará – “isso ajuda muito na chegada de uma empresa de fora”. Agora, pretende levar a Mota Machado para outro mercado, ainda a ser definido. A escolha obedece a um parâmetro fundamental: é preciso que a nova base agregue valor ao patrimônio da empresa - “É o capital intangível, ninguém nos toma ninguém nos tira”, revela.
Assis acredita que a fonte de vida de qualquer empresa é ter uma visão positiva do futuro, “de pensar no que está sendo construído...”. Para quem está chegando ao mercado, ele diria para nunca tomar atitudes precipitadas, nunca pensar somente em curto prazo - “Eu insistiria em semear, em plantar uma semente que vai germinar ao longo da vida”.

3 comentários:

  1. Um Exemplo a ser seguido um Empreendedor nato, fui seu eleitor para prefeitura de Fortaleza nos anos 80, face a minha aproximação com a Familia Pontes, á época o Empreender não tinha visibilidade o Assis teria se saído um excelente prefeito contribuindo para o desenvolvimento da cidade por ser engenheiro e ter uma visão de longo prazo, Parabéns a MOTA MACHADO por ser uma empresa genuínamente CEARENSE.

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  2. Um Exemplo a ser seguido um Empreendedor nato, fui seu eleitor para prefeitura de Fortaleza nos anos 80, face a minha aproximação com a Familia Pontes, á época o Empreender não tinha visibilidade o Assis teria se saído um excelente prefeito contribuindo para o desenvolvimento da cidade por ser engenheiro e ter uma visão de longo prazo, Parabéns a MOTA MACHADO por ser uma empresa genuínamente CEARENSE.

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