Há mais de 40 anos, Mota Machado
é a construtora que você confia. É a segurança de ter um lugar para chamar de
seu. É sinônimo de imóveis exclusivos com garantia de entrega, localização privilegiada
e alta valorização. Com
mais de 3 milhões de metros quadrados entregues e atuações em mais de 200
projetos espalhados nos estados de São Paulo, Ceará, Piuaí e Maranhão.
A CRIA E SEUS CRIADORES
A engenharia era uma possibilidade promissora quando
chegou a hora do jovem Assis Machado se decidir pela carreira, no início da
década de 60, o que mais se ouvia falar era que o Brasil precisava de
engenheiros. E Assis, engenheiro por vocação, não teve dúvida: agarrou-se a
este futuro que lhe sorria. Depois de estagiar na extinta Engenharia Civil e
Portuária (uma das empresas que mais tarde faria a ampliação do Porto do
Mucuripe), foi trabalhar no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
(Denocs) desenvolvendo projetos de barragens em um programa de cooperação rural
com fazendeiros. Mas com o diploma na mão, lhe veio a pergunta: ficar no setor
público ou abrir a própria empresa?
Na época, o mercado privado ainda era tépido para os
recém-formados, a grande maioria dos engenheiros era absorvida pelo setor
público. Para Assis, havia a opção de trabalhar com o pai, Jaime Machado,
industrial da área têxtil, seu maior incentivador na carreira de engenheiro. E
tinha o sogro, Adalberto Nogueira Mota, que era dono da Serraria Mota e possuía
o desejo de abrir uma Construtora. Os dois resolveram lhe apoiar na abertura de
um novo empreendimento. Dessa união, nasceu a Construtora Mota Machado,
batizada com o sobrenome das duas famílias – que em 2013 completa 45 anos de
atuação nos estados do Ceará, Maranhão, São Paulo, e este ano, Piauí. Emprega
mais de 2 mil funcionários, entre diretos e terceirizados. São mais de 3
milhões de metros quadrados construídos em mais de duzentas obras, a maior
parte, residenciais. Presente nas fachadas, a logomarca da Mota Machado - uma
formação geométrica vermelha vibrante das iniciais MM – símbolo de confiança e
qualidade no mercado imobiliário há mais de quatro décadas. Hoje, na base da
brincadeira, Assis revela que “a cada dois engenheiros que se forma, nasce uma
firma”.
O primeiro escritório da Mota Machado funcionava na Rua
Edgar Borges, no centro da cidade, no sótão de um depósito que pertencia ao
sogro, vizinho a uma loteria. Mas ao invés de arriscar a sorte todos os dias,
Assis trabalhava firme com uma pasta na mão, indo às obras, enquanto a esposa,
Maryanne – casaram no ano de 1967 -, cuidava da folha de pagamento. No início,
não havia um foco, construíam obras diversas, casas, escolas, universidades,
agências bancárias, pavimentavam ruas, mas ao longo do tempo, Assis percebeu
que para consolidar a construtora seria preciso ter foco. “Foco é fundamental
numa empresa”, afirma. O pai e o sogro estavam sempre ao lado - “Esse começo de
vida empresarial é sempre um pouco mais difícil e eu tive nos dois, assim, um
apoio muito interessante, um suporte muito bom para me aconselhar e recorrer”.
Cinco anos mais tarde, chegava à empresa, Jairo, irmão de Assis, recém-formado
em Engenharia.
Talvez por ser a primeira empresa, a Mota Machado
sempre foi a grande paixão, o “xodó” do executivo Assis Machado, seu “conforto
espiritual” - “É uma energia que eu adquiro aqui”. Atualmente, junto ao irmão,
ele cumpre o mesmo papel que o pai e Adalberto Mota cumpriram por muito tempo
na Construtora: o de Conselheiros. Assis é o diretor-presidente, Jairo, diretor
vice-presidente. Eles trocam ideias, estabelecem metas, transmitem suas
experiências para aqueles que estão no comando operacional – o sócio e diretor,
Adalberto Mota Machado, e os diretores Felipe e Emanuel Capistrano. Adalberto,
filho de Assis, ainda dirige a CMM Engenharia. O Engenheiro Emanuel é
considerado “patrimônio da empresa", uma pessoa em quem Assis tem a maior
confiança – “Ilimitada, se eu tivesse que um dia sumir do mapa e pegar tudo o
que eu tenho e fundir em ouro e deixar na mão de alguém, eu deixaria na mão do
Emanuel, uma pessoa de absoluta confiança”.
FRANCISCO DE ASSIS MACHADOR NETO
Francisco Assis Machado Neto é seu nome de batismo. Na
infância, era chamado de Assis Neto por familiares. Já adulto, adotou Assis
Machado Neto na vida profissional. Após o falecimento do avô, o agnome foi
suprimido, fazendo perpetuar o nome de Assis Machado.
Assis, como é chamado na intimidade vem de uma família
de cinco irmãos, sendo uma irmã e um irmão já falecido. Nasceu em Fortaleza,
com raízes na cidade de Crateús, no sertão cearense, a 354 km da capital. Lá,
ficava a Fazenda Irapuara, de propriedade do avô, onde Assis Neto se divertia
com a meninada nas brincadeiras de antigamente. Naquela época, era uma
tranquilidade, em dias de chuva, então, uma maravilha. “Sertão só é bom na
chuva”, confidencia. Já homem feito, operando na vida pública, teve a
oportunidade de retornar à Crateús algumas vezes. A cada passagem, recordava um
momento feliz da infância.
Engenheiro, que aos 67 anos é Presidente da Construtora
Mota Machado e da Fiotex Industrial. É membro do Conselho Gestor da NET (rede
de TV a cabo) e da TV Jangadeiro. Na vida pública, esteve nas funções de
Secretário de Transporte, Energia, Comunicação e Obras e de Governo do Estado
do Ceará. Com o tempo, o empresário sobressaiu ao homem público. “Não conciliei
por que ninguém consegue sentar em dois birôs, você só tem um birô na vida. São
culturas diferentes, o governo é o outro lado do balcão”, afere Assis Machado.
O EXECUTIVO
Assis Machado
crê que existem três fases na vida de um executivo: a fase em que se faz tudo –
“eu comprava, eu vendia, eu me endividava, eu ia pras filas da Caixa Econômica
para ‘tirar’ o financiamento” –, a fase em que se manda fazer – “eu comecei a
contratar pessoas, e essas pessoas executavam o trabalho” - e a terceira fase –
“que é a que vivemos agora, a fase do olhar fazer tudo”. Essa visão inclui
acompanhamento, avaliação e prestação de contas. Como membro do Conselho Gestor
da NET e da TV Jangadeiro, participa de reuniões esporádicas, traçando
diretrizes econômicas e estratégicas com profissionais que fazem parte do dia a
dia das empresas. O universo da Comunicação sempre o fascinou, desde quando
estava na Secretária de Governo – “Eu patrulhava, não gostava de propaganda
enganosa, na hora de transmitir a realidade você não tem o direito de enganar
as pessoas”. Assis gosta de se comunicar de forma correta e faz questão de
lidar com a publicidade verdadeira. Por isso, defende um novo estilo de
campanha: “Que a propaganda eleitoral seja feita ao vivo dentro dos estúdios,
sem assessor, sem marqueteiro, porque as pessoas precisam conhecer a realidade,
senão acabam sendo enganadas”.
DIRETRIZES
“Transparência,
ética, credibilidade”, as diretrizes da Mota Machado – “Se você pode fazer
certo não há justifica pra você fazer errado, nada compensa você dar um drible
no cliente, nada compensa você usar material que não seja o melhor, não
compensa, vai voltar de alguma forma”. A credibilidade para Assis é um bem
precioso que ele está sempre lapidando – “E a gente aposta muito nisso, o ouro,
o dinheiro, você tem hoje, mas perde amanhã ainda é possível fazer, a
credibilidade é mais difícil”, avalia. Aprendeu com o pai - “Meu pai era muito
correto em tudo o que fazia, então, eu sempre procurei imprimir na Mota Machado
uma conduta de fazer as coisas certas, corretas, com transparência, com ética
com nossos clientes, com um diálogo muito aberto”. Esse é um dos diferenciais
da empresa: “Eu diria que o diferencial da Mota Machado não é só a qualidade da
obra, é a forma de fazer, a cultura que você passa para os colaboradores e essa
cultura chega aos nossos clientes, tudo muito certo, correto, transparente”. Essa
transparência, aliada ao que Assis considera uma velocidade saudável no mercado
atual da construção civil - já que não gosta de “euforias” como ter de adquirir
terrenos com anos de antecedência para assegurar um bom negócio (prática que
ele afirma já não ser mais utilizada) -, reflete no melhor andamento da
empresa. “O mercado está muito bom, para quem é do ramo, para quem tem
estrutura”, afirma.
Para garantir o sucesso de um empreendimento, Assis
Machado fala que basta seguir a regra dos 3 P’s, uma analogia que ele aprendeu
na profissão de engenheiro e que hoje passa adiante: “É o seguinte: é a
compatibilidade dos 3 P’s - ponto, projeto, preço”. De acordo com a regra, a
realidade econômico-social do bairro define o melhor ponto e projeto que devem
se adequar ao preço – “os 3 P’s estando compatíveis um com o outro é difícil
errar”. O prédio em que está localizada a sede da Construtora, na Avenida Dom
Luis, quase no cruzamento com a Avenida Senador Virgílio Távora, no coração da
Aldeota, foi um acerto de 25 anos atrás, quando o bairro “pedia” um imóvel
comercial de grande porte.
Hoje, porém, a Mota Machado tem seu foco na área
residencial, direcionado, sobretudo às classes A e B, uma decisão estratégica
pautada na capacidade de abrangência. “Você tem que medir a sua estrutura, a
sua capacidade de fazer, dentro de alguns parâmetros, não pode sair
fazendo...”, pondera o empresário. No início, construíram um empreendimento
popular no bairro do Mondubim, mas Assis não concordava com o tratamento que o
banco dava aos compradores – “O comprador tinha que ir à Caixa no horário de
trabalho, preencher cadastro, uma série de burocracias que não eram compatíveis
com o operário que iria comprar as casas”. Sobre a experiência de participar de
programas habitacionais do Governo Federal, ele comenta: “Já participei, mas
não creio que vá voltar, a não ser que mudasse”.
Segundo Assis, este ano o crescimento no setor de
construções não foi bom como o do ano passado e muito menos como o do biênio
2008/2009, considerado por ele como formidável. E que a Mota Machado aproveitou
muito bem, pois estava preparada em termos de estrutura e potencialidade. “A
construção por mais forte que ela esteja não está fora do cenário da economia
como um todo; a economia no país deu uma arrefecida, houve excesso de ofertas,
o grande erro das empresas é achar que o mercado é ilimitado, não é! O mercado
tem limites, tem a capacidade de pagamento limitada, você não pode ultrapassar
esses limites”, acredita.
O crescimento do mercado da construção no Nordeste ao
longo dos últimos anos atraiu empresas do sul, que demonstraram interesse em se
associar a Mota Machado. Entretanto, Assis preferiu não mexer no eixo da
empresa. Hoje, percebe que a decisão foi acertada, já que essas mesmas empresas
retornaram à seus mercados de origem. É verdade que a parceria daria maior
rapidez às transações, mas ele fala que nem sempre isso é bom – “por que você
não tem essa estrutura adequada, com essa velocidade muita rápida, da noite
para o dia”.
Esperaram dez anos para chegar a outro mercado, São
Luiz, no Maranhão. Em seguida, apoiados pela atividade têxtil que desenvolviam
no estado de São Paulo, fizeram um empreendimento na capital paulista, mas logo
resolveram mudar de direção e ir pra Campinas, cidade com o perfil mais parecido
com Fortaleza. E onde estavam bem – até vir à tona o caso Encol (fenômeno
financeiro que na década de 90 quebrou várias empresas no país, deixando o
mercado imobiliário em alerta). Assis preferiu não arriscar a estabilidade das
empresas no Nordeste e fechou as portas no interior paulistano. Recentemente,
abriu uma nova porta, em Teresina, com um lançamento residencial que foi muito
bem recebido pelo mercado piauiense, similar ao do Ceará – “isso ajuda muito na
chegada de uma empresa de fora”. Agora, pretende levar a Mota Machado para
outro mercado, ainda a ser definido. A escolha obedece a um parâmetro
fundamental: é preciso que a nova base agregue valor ao patrimônio da empresa -
“É o capital intangível, ninguém nos toma ninguém nos tira”, revela.
Assis acredita que a fonte de vida de qualquer empresa
é ter uma visão positiva do futuro, “de pensar no que está sendo
construído...”. Para quem está chegando ao mercado, ele diria para nunca tomar
atitudes precipitadas, nunca pensar somente em curto prazo - “Eu insistiria em
semear, em plantar uma semente que vai germinar ao longo da vida”.